Eu sabia que aquela seria a minha última noite, eu não ia viver mais. Eu sabia, sentia isso no mais íntimo do meu coração. Foi então que na casa ao lado eu escutei um grito de alegria. Era um regozijo, uma comemoração. Palmas e mais palmas. Depois um choro em uníssono. Eu não entendi. Fiquei parada por um instante quando tudo ficou em silêncio de repente. E eles começaram a cantar uma música que falava de amor, de agradecimento, de fé. O que será que tinha acontecido ali de tão importante para tanta festa? Os aplausos e risadas continuaram durante toda a madrugada até que eu peguei no sono.
Quando acordei de manhã percebi que não era a minha última noite. Eu continuava viva. Estava acordada! O sol batia na minha janela de leve e deixava o meu quarto com um cara de verão, mesmo estando em pleno inverno. Eu sorri. Fazia muito tempo que não conseguia esboçar alegria. Por falar em alegria lembrei-me da festa dos meus vizinhos. Levantei rápido da cama. Olhei minha imagem acabada no espelho. Pálida, magra e com uma cara de defunto. Eu estava doente. Sabia disso mais do que qualquer pessoa. Mas eu tinha mais um dia de vida. Era minha chance de fazer algo inesperado, diferente.
Desci as escadas do quarto, tomei um leite gelado e uma série de remédios. Doze no total. Ao meio dia eu tinha uma consulta. Eu não queria ir. Sabia que o médico ia me internar e de lá do hospital não voltaria mais pra casa. Terminei rápido o meu coquetel de medicamentos e abri a porta de casa. Eu queria muito saber o que tinha acontecido na casa ao lado. A única coisa que sabia dos meus vizinhos era que a mulher estava em fase terminal de câncer e que o médico tinha dado pra ela apenas uma semana de vida. Só isso. Nesta parte eu me sentia privilegiada. Ainda havia tratamento, mas eu tinha certeza que eu ia acabar como a minha vizinha.
Fui me aproximando da casa amarela da rua. A única casa colorida do quarteirão era a deles. Até hoje não entendia pra que uma casa tão chamativa. Quando me aproximei da porta de entrada vi que na casa havia muita gente. O pessoal da noite passada ainda estava lá. Um homem alto, magro e com um largo sorriso veio me receber.
- Bom dia! O que a senhorita deseja? – perguntou ele
- Bem, ahmm, eu queria saber se está tudo bem com a senhora Jennifer? Ontem a noite parecia ter uma festa aqui. Sei que ela está muito doente... – quando eu estava concluindo minha frase o homem me interrompeu.
- Ela estava doente. Não está mais, por isso estamos em festa!
- Não está? Como assim? – perguntei inconformada
- Vou deixar que ela mesma conte pra você. Quer entrar?
- Claro! – respondi e entrei de cabeça baixa, meio assustada. Fui entrando pela casa e em cada corredor eu era recebida com um abraço e um ‘bem-vinda’. Nunca fui tão bem tratada assim. Eu não conhecia nenhuma daquelas pessoas. O homem me levou até o quarto de dona Jennifer. Ela estava assentada numa cadeira de balanço com um vestido azul. Os cabelos dela estavam soltos e ela estava sorrindo mais do que qualquer pessoa. No quarto estavam também um homem de terno preto, uma moça de saia vermelha e blusa branca e as duas filhas de Jennifer. Ela me convidou para chegar mais perto.
- Venha querida! Você parece assustada. O que houve? – ela perguntou
- Olá senhora Jennifer! Fiquei sabendo que a senhora não está mais doente. Desde ontem escuto músicas, gritos e lágrimas, o que aconteceu?
- Ah, meu bem, Jesus fez um milagre.
- Milagre? Isso não existe!
- Sim, existe. Sou a maior prova disso Ana. – ela me olhou bem nos olhos e começou a falar: - Ninguém imaginava que eu fosse sobreviver a este câncer. Nem a minha família, nem os médicos, nem a igreja, nem eu. Mas há dois dias o Senhor Jesus falou ao meu coração. Ele disse que se eu tivesse fé, eu seria curada. Eu questionei a Jesus dizendo que todos ao meu redor sabiam que não havia mais jeito, que era impossível escapar de uma doença tão grave que a cada dia corria meu corpo. E o Senhor mais uma vez me disse que bastava ter fé. Naquele momento eu me ajoelhei mesmo sem poder fazer isso, e orei. Pedi perdão pelos meus pecados, entreguei a minha vida a Jesus. Fiquei durante uma hora na mesma posição. Até que senti minhas juntas pegando fogo, queimando mesmo. Elas ardiam. A minha pulsação subiu. Eu não tive medo. Senti que o Espírito Santo de Deus estava me consolando e derramando a cura sobre a minha vida. Chorei, sorri e acabei pegando no sono. Logo cedo, meu marido me acordou e eu fui me arrumar. Tinha a última consulta da minha vida. Disse isso não porque sabia que ia morrer, mas porque sabia que era a última vez que poria os meus pés num consultório. Eu estava curada. Sabia disso! Quando cheguei ao médico, ele me examinou. Pediu uns exames pra conferir algumas dúvidas. Esperei os resultados. Eles ficariam prontos em uma hora. Assim que a enfermeira me entregou as chapas levei para o doutor. Ele olhou perplexo. Atônito “e disse várias vezes: ‘não pode ser”, ‘não pode ser!”.
Assustados, eu e meu marido resolvemos interrompê-lo. Perguntamos a ele o que tinha nas radiografias. E ele me disse: Nada! Sumiu tudo! A senhora está limpa! Como isso aconteceu?
Eu respondia a aquele jovem médico: - Jesus me curou! Ele levou a minha enfermidade!
Quando Jennifer parou de falar, o quarto mais uma vez se encheu com as palmas e aleluias. Eu chorei e contei a ela que também tinha câncer e que há um mês estava fazendo sessões de quimioterapia. O homem de terno preto me abraçou e disse: - vamos orar por você! Todos que estavam no quarto levantaram as mãos e começaram a orar. Eu não sabia como fazer uma oração. Nunca tinha ido a alguma igreja na vida. Mas consegui em meio aos soluços pronunciar a minha primeira oração: - “Jesus, eu te entrego o meu coração e a minha vida. A partir de hoje decido te servir. Peço ao Senhor que me cure desta doença. Eu creio que o Senhor pode. Amém”.
Abracei a todos, agradeci à senhora Jennifer e fui embora. Ainda tinha a minha consulta. Me arrumei e chamei um táxi. Assim que cheguei ao hospital, notei que as pessoas estavam olhando pra mim com um olhar diferente. Pareciam que todos estavam surpresos. Fui direto para a sala do médico. Ele me cumprimentou e também lançou o mesmo olha que vi nos corredores do hospital. E me disse: - Ana, você está bem?
Eu balancei a cabeça em sinal positivo e dei um sorriso. Foi aí que ele revelou por que estava com um semblante curioso. – Ana, toda vez que você entrava no meu consultório sua cabeça estava sempre baixa, sua expressão vazia... mas hoje você chegou aqui brilhando. Parece que alguém jogou um balde purpurina em cima do seu rosto.
Eu balancei a cabeça em sinal positivo e dei um sorriso. Foi aí que ele revelou por que estava com um semblante curioso. – Ana, toda vez que você entrava no meu consultório sua cabeça estava sempre baixa, sua expressão vazia... mas hoje você chegou aqui brilhando. Parece que alguém jogou um balde purpurina em cima do seu rosto.
Eu sorri com a declaração do médico. Ele me pediu para ver os exames de sangue que eu tinha feito há uma semana. Eu estava com leucemia. Precisava de um transplante. O doutor Sérgio abriu as folhas e olhou uma por uma. No final ele exclamou: - Não sei o que jogaram no seu rosto, mas foi tão forte que afetou o seu sangue por inteiro. Você não tem nada, está curada!”.
Não foi preciso nada exagerado para que Ana acreditasse que Deus podia curá-la. Bastou ela aceitar que Jesus podia fazer o milagre. Algumas pessoas só acreditam que estão curadas, quando elas se vêem curadas. Vocês se lembram de Tomé? Ele era discípulo de Jesus. Quando Cristo ressuscitou, apareceu aos discípulos. Mas Tomé não estava. E, então, quando o Tomé chegou lá na casa os outros disseram-lhe : " Olha, Tomé, tu sabes as boas novas ? Sabes que Jesus ressuscitou e esteve aqui ? "
E, Tomé disse:
- “Ah, não Senhor. Não acredito. Só se eu vir com os meus olhos, sentir com as minhas mãos, sentir a carne de Jesus e colocar o meu dedo no buraco onde cravaram os pregos nas mãos de Jesus, então sim, é que eu vou acreditar. "
Passado uns tempos, Jesus apareceu e disse:
- “Tomé, tu és um incrédulo, não tens fé”.
A fé é a maior prova de que acreditamos em Deus. Nós não vemos a Deus. Nunca vimos a Jesus, mas Ele está presente nas mais belas coisas da vida. No céu, no mar, nos animais e em nós. Quando aceitamos a Jesus, Ele passa a viver dentro de nós. A Bíblia diz que com fé TUDO é possível. Sim, tudo. Não é metade, é tudo. Tudo quer dizer completamente. Nos tempos que Jesus esteve na terra ele ajudou muitas pessoas a exercitar a fé. A mulher do fluxo de sangue ousou em tocar Nele diante de uma multidão. Ela estava frágil, debilitada, mas sabia que se ao menos tocasse nas vestes Dele ela seria curada. O centurião disse a Jesus que o servo dele estava enfermo. Jesus perguntou onde é que ele morava. O homem falou ao Mestre que ele não era digno de receber a Jesus e que se Jesus dissesse apenas uma palavra o servo dele ficaria curado. A fé deste homem surpreendeu Jesus. Quando tentamos o impossível, quando lançamos mão do medo e mergulhamos de cabeça no nosso objetivo, certamente seremos vitoriosos. Naamã sabia que mergulhar num rio sujo poderia piorar a sua lepra. Mas ele sabia também que se ouvisse a voz de Deus e acreditasse que ficaria limpo, a doença desapareceria.
Quer um exemplo de fé fora da igreja? José Alencar. Vice-presidente do Brasil.
Lutando desde 1997 contra o câncer, o vice-presidente José Alencar, 77 anos, disse em Belo Horizonte que a sua cura depende de Deus e que, por isso, não pode planejar disputar outra eleição para o Senado. – Eu estou aguardando primeiro que Deus me cure, porque, se eu não estiver curado, não posso levar nenhuma proposta ao eleitor. Não seria honesto.
Não há nada impossível para quem tem fé. Você pode mudar de vida. O seu sonho de ter uma vida melhor vai acontecer no tempo de Deus. À medida que sua fé cresce, crescem as bênçãos de Deus sobre você. Que Ele te abençoe!
Por Virginia Damasceno
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